terça-feira, maio 08, 2007

Em jeito de despedida...

Caras e Caros Camaradas,

Estamos já a menos de uma semana para o termo do mandato dos actuais órgãos federativos. Desde 2005 que vimos fazendo esta caminhada, com funções mais ou menos iguais, porque recordo que comecei o actual mandato como membro da Comissão Política Federativa, da qual já pertencia desde a Convenção de Pombal, em 2003. Pelos motivos que alguns conhecem, passei a integrar o Secretariado Federativo em Março de 2006 e no qual assumi o pelouro da Comunicação. No mês seguinte, em Abril, ocupei o lugar de Secretário Federativo do PS, com o pelouro das Novas Tecnologias, através de eleição directa em Congresso Federativo do PS. Nos últimos dois anos, posso dizer que com muito gosto e acima de tudo, muita honra, assumi as funções para as quais os militantes e os dirigentes da JS e do PS me confiaram.

Nem sempre, tive a oportunidade de fazer tudo o que queria, e nem sempre as condições de trabalho se propiciaram para tal. Sem querer apontar falhas a ninguém, julgo que todos poderiamos ter feito mais e dado mais de si à JS e pela JS.

Neste tempo, tive a oportunidade de trabalhar mais de perto com o João Alvim, presidente da Federação, que não apoiei na Convenção que o elegeu, mas que me disponibilizei a vestir a camisola do programa dele e ajudar a executá-lo, porque a estrutura e o seu mais alto interesse assim o pedia. Nos últimos meses, acabei por ter a ajuda, muito militante do Nuno Cordeiro, que sempre se empenhou em tentar fazer a diferença. Ambos merecem, do convívio virtual e do pouco pessoal que fomos tendo, os maiores elogios pela forma como sempre me trataram e pela forma como sempre me ajudaram, pois confesso que sem eles não teriamos sido uma equipa a 200%.

Quero também aproveitar para fazer um balanço. Julgo que o trabalho que fizemos, embora seja juiz em causa própria, foi bastante positivo e não tenho qualquer problema em admitir que este foi o pelouro que mais fez. Todos os meus colegas Secretários Federativos reconhecem-no (espero). Fizemos o que nos competia porque isso representava o melhor para Juventude Socialista. Não nos prendemos com problemas de ambição pessoal ou outra, que apenas nos dividem e nos tornam menos fortes e menos capazes de enfrentar os desafios que se colocam às juventudes partidárias.

Não vou, aqui apresentar aquilo que escrevemos no Relatório de Actividades, pois ele será publicado e divulgado na Convenção e mais tarde no Site Federativo.

Quero agradecer ainda a todos os Coordenadores Concelhios e de Núcleo, aos Membros dos Órgãos Federativos, aos Militantes em geral e à Comunicação Social, pela colaboração e pela ajuda que sempre nos dispensaram no exercício destas funções. Nada mais simples e melhor pode demonstrar a minha gratidão, se não um: Muito obrigado!

Uma forte saudação jovem socialista do,

Tiago Gonçalves
Secretário Federativo da Comunicação

quarta-feira, abril 25, 2007

25 de Abril



Imagens do Quartel do Carmo às 18:30 do dia 25 de Abril de 1974. O General Spínola chega, o Capitão Maia fala para a multidão, os atiradores da PIDE podem estar numa janela qualquer... Cenas da libertação da Pátria! Já lá vão 33 anos.

in Videos Sapo

domingo, abril 22, 2007

O Elogio do Esforço e Dedicação

Em Fevereiro completei um ano como militante JS. Na origem da minha adesão estiveram dois motivos principais: a necessidade de participação cívica e o descontentamento com a "actual linha de pensamento" das camadas mais jovens, que cada vez menos se interessam com o chamado "interesse público". Claro ficou, então, que a adesão a uma juventude partidária seria uma boa opção. Submeti-me a período de reflexão durante o processo de selecção do movimento a integrar. Neste período investiguei e estudei moções gerais e estatutos de todos os movimentos de esquerda. A única certeza que eu tinha, era de facto a Esquerda. Por uma questão ideológica, talvez por influência directa do meu pai, talvez por me ter fascinado ao ler obras de Marx e Trotsky e até pela admiração que tenho já desde tenra idade pelo mitico Che Guevara, a Esquerda era e é certeza.
Por uma questão de comodidade os meus pais quiseram que eu fizesse os meus estudos num colégio privado, altamente conservador, sob a tutela da igreja católica. Aí aprendi muito. Aprendi fundamentalmente o que não queria ser e o que de facto não era, assim também consegui alguns problemas dentro do colégio porque tenho uma ideologia e concepção do mundo e da sociedade muito diferente daquela que me era apresentada e quase forçada a adoptar.
Esta é, julgo eu, uma visão moderna. Uma visão de progresso baseado na igualdade e solidariedade. Finalizado este racíocinio a minha escolha era óbvia, Juventude Socialista. De imediato tratei da adesão que em pouco tempo foi finalizada.
Uma vez que resido em Leiria fui inscrito na Federação de Leiria. Tinha agora cartão e condição de militante da JS. Mas não me sentia útil. Queria fazer mais e dar o meu contributo a quem dele precisasse. Entrei em contacto com a Federação, mesmo não conhecendo ninguém. De imediato obtive resposta do Presidente da Federação, João Alvim e do Coordenador da Concelhia de Peniche e responsável pelo Pelouro da Comunicação Tiago Gonçalves. Ambos tiveram uma postura excepcional que me encheu de orgulho em pertencer à JS. Sendo eu um anónimo e desconhecido para ambos, nem sequer estava, nem estou, integrado na Concelhia, em mim depositaram uma enorme confiança convidando-me para integrar a equipa da Federação. E cá estou eu. Tentando, dentro das minhas possibilidades, dar o meu contributo para uma causa comum a todos os camaradas, a construção de uma sociedade à nossa imagem.
Aproxima-se a passos largos a nossa Convenção. Será eleita uma nova direcção. Parece-me a mim que esta nova direcção vai beneficiar de condições extraordinárias que nenhuma outra anterior havia beneficiado. Porquê? Porque segundo percebi, neste meu ano de JS, esta equipa liderada pelo João Alvim tratou de lançar as sementes de um projecto, que hoje tem "pernas para andar". Estão criadas condições tanto a nível distrital como a nível concelhio para fazer da JS uma organização com mais peso neste distrito. No entanto, não foi, e não é, fácil fazer mover este projecto. A nível organizacional existem inúmeras dificuldades residentes nos próprios militantes, a falta de participação é inequívoca. Mas também aqui há trabalho feito. Noto que há sangue novo na JS que precisa de ser integrado e motivado. É então exigida à nova direcção a continuidade do bom trabalho desenvolvido pelo João Alvim. As iniciativas terão que ser direccionadas para o envolvimento e participação de todos os militantes e camadas jovens da sociedade. A JS não se pode fechar à sociedade. Não pode ser só uma organização com inciativas para um grupo restrito e descontextualizadas dos reais problemas sentidos por nós jovens.

Tenho certeza de que a actual direcção cessa funções com plena consciência de dever cumprido. Quem teve a oportunidade de trabalhar com o João Alvim e com outros elementos próximos deste sabe-o bem. Apesar de os conhecer à escassos meses, é com tristeza que vejo o "adeus" de alguns destes elementos à JS. O vosso empenho e dedicação, em especial do João Alvim e do Tiago Gonçalves marcaram-me, e espero sinceramente ver uma conduta semelhante nos próximos órgãos directivos, a quem é exigida a manutenção e continuidade do excelente trabalho realizado.

Um agradecimento muito especial ao João Alvim e ao Tiago Gonçalves que desde sempre me apoiaram, e são um exemplo para todos nós de Esforço e Dedicação à JS.



Nuno Cordeiro
Secretário Federativo JS Leiria

terça-feira, abril 10, 2007

Visita do Secretário Geral a Leiria

Camaradas

No próximo dia 13 de Abril, o Camarada Secretário-Geral, José Sócrates, virá visitar a Leiria, estando presente num plenário de Militantes a realizar no Auditório da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria (junto ao Hipermercado Continente), pelas 21 horas.

Todos os camaradas, quer pertençam ou não ao PS, sabem bem da situação actual que o Secretário-Geral está a passar, já para não falar do simbolismo desta visita a Leiria. Trata-se de uma iniciativa política que pode ser utilizada, mesmo internamente, para congregar grande mobilização dos camaradas da JS, o que numa altura de campanha para a própria Federação, acaba por ser também importante. Já agora, para todos aqueles que querem demonstrar a sua disponibilidade para com o PS, estes são os momentos certos para comparecer. Acrescento que não podemos estar à espera que o PS nos dê algo de bandeja se em momentos de afirmação das estruturas socialistas no Distrito, a JS falha.

Espero que o facto de se estar numa viragem de ciclo, faça com que todos aqueles que se tenham guardado, apareçam na sexta-feira com vontade de marcar a diferença e fazer com que este evento possa revelar-se útil para o PS a nível nacional, a nível distrital e também para o próprio Secretário-Geral.

Mais pedia que quem ainda não é militante do PS, pedisse uma ficha de inscrição para que pudesse ser proposto para militante pelo próprio Secretário-Geral. Isto faz parte da estratégia definida pelo Secretariado Distrital do PS, pelo que a vossa colaboração, também aqui, é importante.

Agradeço, por isso, e em nome da Federação da JS, que, no dia 13, compareçam e tragam futuros militantes do PS. Normalmente a adesão da JS está apenas ligada a determinados momentos, mas neste caso, para todos aqueles que compreendem a importância de ajudar o PS, é premente a vossa participação.

Obrigado

João Melo Alvim

quinta-feira, abril 05, 2007

Resposta aos Fachos!




Outdoor colocado lado-a-lado com o do PNR no Marquês de Pombal em Lisboa. Uma iniciativa Gato Fedorento! =D




Contudo,

"A Câmara Municipal de Lisboa vai mandar retirar o cartaz do grupo humorístico Gato Fedorento que foi colocado "ilegalmente" ontem no Marquês de Pombal, o qual satiriza outro cartaz contra a imigração colocado anteriormente pelo Partido Nacional Renovador (PNR)."

in Publico

Primavera, Rica em Acontecimentos

Esta Primavera promete. Promete a todos os níveis. Avizinham-se mudanças, avizinham-se polémicas, avizinham-se decisões e novidades. Dá-me ideia que estas coisas obedecem a um calendário sazonal, antes do verão é "descarregado!" tudo quanto é polémica e depois durante o período de "veraneio" nada há a dizer ou falar. Relembremos em síntese os temas quentes das últimas semanas:

  1. Crise! no cds/pp
  2. Aeroporto da Ota
  3. Licenciatura do 1º Ministro
  4. O maior português de sempre é: António de Oliveira Salazar
  5. Lista de excedentários da Admnistração Pública

Fim previsivel:

  1. Portas regressa, talvez mais jovem e atraente, à liderança do cds, tornando-se este definitivamente numa alternativa sexy à direita
  2. Continuação do aparecimento de estudos contraditórios, contudo o projecto vai avançar.
  3. Nada a dizer
  4. Dinâmica PNR
  5. Venham mais!

O Aeroporto da OTA.

O que temos nós a dizer?

Somos apontados como o distrito com maiores vantagens com a localização do novo aeroporto na Ota. Mas que vantagens? Turismo? Negócios?

Num distrito como nosso, julgo que as vantagens conseguidas com um novo aeroporto são inúmeras, contudo dadas as caracteristicas do nosso distrito penso que o aeroporto virá aumentar as assimetrias regionais. O litoral, e todos os concelhos do oeste saberão captar muito bem os fluxos trazidos pelo aeroporto, enquanto os concelhos do interior, penso eu, continuarão a distanciar-se cada vez mais dos do litoral do distrito.

Contudo isto é um previsão. E como qualquer previsão será errada se forem tomadas medidas de modo a contrariar as conclusões previstas. Por isso, lanço uma questão:

- Como pode o teu concelho ganhar com a Ota? Ou será que nenhum leiriense ganhará com a Ota?

Nuno Cordeiro

Secretário Federativo JS Leiria

segunda-feira, abril 02, 2007

Peniche - Conferência de Imprensa



No próximo dia 4 de Abril de 2007 (quarta-feira), pelas 17 horas, decorrerá na Sede da Concelhia de Peniche do Partido Socialista (PS), junto à Galp e à Peugeot na Avenida do Porto de Pesca – com entrada pela rua de trás, uma conferência de imprensa da Juventude Socialista (JS) de Peniche, com vista a:

• Balanço do mandato de dois anos dos actuais órgãos concelhios;


• Balanço da actividade política realizada na Assembleia Municipal pelos eleitos da JS no grupo do PS:

- Propostas e principais intervenções efectuadas;

- Propostas a apresentar a breve trecho.

• Tomada de posição acerca de assuntos de relevante interesse para o concelho e região: - Quadro de Referência Estratégico Nacional 2007-2013;

- Serviço de Urgência do Hospital de Peniche;

- Escola Superior de Tecnologia do Mar

- Transferência do Curso de Protecção Civil para Leiria;

- Aeroporto Internacional de Lisboa – Ota.

domingo, março 18, 2007

Momentos Infelizes

Estava lendo o semanário "Região de Leiria" quando me apercebo o quão infelizes são certas crónicas. Compreendo que, os autores das mesmas, estão obrigados a apresentarem quinzenalmente as suas crónicas sendo forçados por vezes a "escrever por escrever". Penso que é disto que se trata com este artigo, o Dr. Feliciano Barreiras Duarte, homem do distrito, esquece-se das responsabilidades que teve (ao integrar a maioria PSD/PP durante 2 anos e alguns tristes meses) e tem (ao ser uma das bases de apoio das insípidas maiorias laranjas que ano após ano inquinam o distrito, nalguns casos já lá vão quase 30 anos!). O Sr. Dr. mais uma vez, julgo eu, foi extremamente infeliz na elaboração de mais uma das suas crónicas para o Região de Leiria.
Vejamos alguns excertos:

"Dois anos depois de José Sócrates, o seu Governo e o partido socialista estarem a conduzir os destinos de Portugal e dos portugueses (na prática nos últimos 12 anos governam o país quase 10 anos) é de elementar responsabilidade, que se faça o balanço dos resultados dessa governação. Sem cerimónias. E para além de muitas avaliações gerais e abstractas (positivas e negativas) sustentadas em factos e em números (inquestionáveis) importa e faz sentido que se faça por exemplo uma pergunta – as pessoas, as famílias, as empresas e as instituições publicas e privadas vivem hoje melhor ou pior do que há 2 anos atrás? Sem rodeios e respondendo directamente, penso que não. Antes pelo contrário. Vivem pior. Têm mais dificuldades no presente e mais incertezas e receios em relação ao futuro. E os homens e mulheres, de várias idades e condições sociais do distrito de Leiria sabem-no bem. É falar com eles. É ouvi-los. É percebê-los. Com a governação socialista, pagam 2 anos depois mais impostos, mais crédito á habitação, mais água, mais electricidade, mais transportes, mais saúde, mais portagens, mais combustíveis, mais medicamentos e têm mais despesas. E as empresas? a mesma coisa com a agravante que cada vez mais são asfixiadas com o cerco fiscal e da segurança social e não tem os apoios devidos para a sua internacionalização. (...)
Podemos pois afirmar que com José Sócrates e o PS nos últimos dois anos assistimos a uma espécie de imposição de um novo imposto extraordinário (mais um!) para Leiria Concelho e Distrito. Um imposto a que poderemos chamar de “Nó”. Isso mesmo. Um nó que estrangula o empreendedorismo, o trabalho, a criação de riqueza e de emprego, o mérito e a cultura da decisão que está na “massa do sangue” das gentes de Leiria. (...)
De tudo isto com perplexidade mas com frieza faz sentido que todos em conjunto nos esforcemos por ter criatividade e vontade para ajudar o Governo e o PS a mudar muitas das suas politicas públicas. (...) Por nós, os que no PSD, têm memória e vontade para pela positiva contribuir para resolver problemas e satisfazer necessidades colectivas, chegou o tempo da comparação também. É que em dois anos e oito meses os XV e XVI governos constitucionais liderados pelo PSD “gastaram” no Distrito de Leiria 185 milhões de contos. Repito 185 milhões de contos. A continuarem as coisas como estão por mais dois anos, não me admirará se num ápice muita gente chegar à conclusão de que afinal antes de José Sócrates a maioria era feliz e não sabia. A ver vamos. "

in Região de Leiria ed. 3652 16 de Março 2007


A isto chama-se "escrita falaciosamente acrobática". Eu pergunto: em que aspectos melhoraram os 185 milhões de contos! a qualidade de vida dos Leirienses? - "E os homens e mulheres, de várias idades e condições sociais do distrito de Leiria sabem-no bem. É falar com eles. É ouvi-los. É percebê-los. (...) Repito 185 milhões de contos."
Eu também gostava de poder fazer comparações no que diz respeito ao nosso distrito, mas infelizmente não o posso fazer. Porquê? Porque em Leiria ninguém se lembra de haver um partido de esquerda a conduzir os destinos do Concelho, digo Leiria como poderia dizer tantos outros municípios irmãos de distrito.
Enquanto Leiriense começo a ficar farto que estes Senhores falem por mim. Quando diz "é ouvir os homens e mulheres do distrito" está absolutamente correcto, mas pergunto-me quando é que terá a sido a última vez que estes Senhores ouviram os "homens e mulheres do distrito"?
Nós temos esperança no amanhã. Vimos finalmente alguém a preocupar-se com o nosso futuro. Vimos alguém a preocupar-se com o "crescimento sustentável", vimos alguém a preocupar-se com os "portugueses de amanhã", e esse alguém não são grande parte dos executivos camarários que gerem o distrito, nem tampouco o Dr. Feliciano Barreiras Duarte, esse alguém é o PS, esse alguém é um Partido de Esquerda moderna onde eu deposito todas as minhas esperanças na contrução de uma sociedade mais à minha medida, mais justa, mais igual e mais progressista.
[Dr. Feliciano, da próxima ouça efectivamente as pessoas do distrito e poupe-nos com as suas infelizes crónicas. Os leirienses agradecem!]





Nuno Cordeiro
Secretário Federativo JS Leiria

Projecto-lei PS

O Governo Socialista reduz custos para o consumidor.

Constituindo uma medida favorável ao interesse dos consumidores, o projecto do PS que proíbe qualquer cobrança pelos contadores de água, electricidade e gás foi aprovado ontem, na generalidade, por todos os partidos, com a excepção do PCP que se absteve.

O fim do aluguer permitirá uma poupança média de 30 euros por mês nos bolsos dos consumidores portugueses.

A estimativa foi feita pelo deputado socialista Renato Sampaio ao Jornal de Negócios. O autor do projecto de lei refere que o diploma prevê o alargamento da lista dos serviços públicos essenciais e proíbe a cobrança "de qualquer importância a título de preço, aluguer ou amortização de contadores ou outros instrumentos de medição dos serviços utilizados" e de "qualquer outra taxa de efeito equivalente".

Correio da Manhã

quinta-feira, março 01, 2007

Comissão Política Nacional

A Federação Distrital Leiria JS orgulha-se de ter acolhido, no passado sábado dia 24 de Fevereiro, a Comissão Política Nacional da JS, presidida pelo Secretário-Geral Pedro Nuno Santos.

Na ordem de trabalhos esteve inicialmente a análise do Referendo à Interrupção Voluntária da Gravidez, sendo seguida pela análise e discussão de outros assuntos da actualidade política nacional, não esquecendo obviamente as questões fundamentais relacionadas com a juventude portuguesa.

A congratulação pelos resultados obtidos no referendo e o elogio da actuação da JS neste debate foram unânimes. Como frisou Pedro Nuno Santos “os jovens tiveram um papel decisivo neste referendo, como tal a JS sente-se orgulhosa pelo desempenho e dinâmica evidenciadas neste debate”.

Contudo, ficou claro que o papel da JS ainda não está finalizado, a JS irá acompanhar o processo de regulamentação em curso, de forma a contribuir para a construção de um diploma claro e responsável, que permita à mulher tomar uma decisão esclarecida e ponderada; e irá para além da IVG, passará pela aposta numa educação sexual e planeamento familiar responsáveis no seio das camadas mais jovens da sociedade portuguesa.

Quanto à Agenda Política Nacional, nela está inscrita a Legalização do Casamento entre Pessoas do mesmo sexo, porém e sublinhe-se, que esta é uma questão que integra permanentemente a ordem de trabalhos da JS, não sendo contudo uma prioridade a curto prazo, questões como esta só serão abordadas depois de concluída a questão da IVG.

A Federação de Leiria esteve representada por Ricardo Raminhos, Secretário Federativo e membro da Comissão Política Nacional.
Na sua intervenção deu as boas-vindas a Leiria aos restantes camaradas, “terra particularmente difícil para a família Socialista, que mesmo sendo dominada politicamente pelo PSD, desta vez esteve em sintonia com a generalidade dos restantes resultados nacionais, com uma clara vitória do Sim”.

A Juventude Socialista repudia solenemente a atitude do Dr. Alberto João Jardim, atitude insensata e irracional colocando interesses pessoais e partidários à frente dos interesses da Região Autónoma da Madeira gerando um clima de “mal-estar” entre a população madeirense e o Governo da República Portuguesa; opinião totalmente subscrita pela Federação de Leiria que assim manifesta o seu apoio incondicional aos camaradas madeirenses, já que em Leiria, “também nós sabemos o que é ser governados por maiorias do PSD”, citando Ricardo Raminhos

Questões que nos preocupam a todos, como é o caso do IAJ (incentivo ao arrendamento jovem), Emancipação Jovem e Ambiente também mereceram particular destaque da parte dos membros da Comissão Política Nacional, expressando assim um voto de apoio e confiança, reafirmando o papel da JS nos correntes e futuros processos legislativos, salvaguardando os interesses de todos os jovens, que mais do que nunca sabem que podem contar com a JS.



Nuno Cordeiro
Secretário Federativo JS Leiria

sábado, fevereiro 24, 2007

Pós Referendo

Está finalizada a primeira fase, ou seja, está legitimada democraticamente a nossa vontade, a legalização da IVG. Contudo ainda não está finalizado o nosso papel. Uma vez votada a proposta e ganha a aposta, o nosso trabalho não se esgota. Inicia-se agora uma nova fase, que irá até à data da publicação em D.R. dos trâmites legais da IVG, iniciando-se logo de seguida a terceira e última fase, que terá como desígnios a implantação de uma verdadeira Educação Sexual em todas as escolas e a "banalização" das questões que se prendem com os aspectos reprodutivos & sexuais dentro da sociedade portuguesa.
Teremos um papel importante até à aprovação final da legislação que regulamentará a IVG. Caberá a nós garantir que de facto a IVG será realizada nos "moldes" por nós defendidos durante a campanha, de modo a garantir a confiança de todos os votantes no "Sim".
Como dizia hoje o nosso Secretário-Geral, "no dia 12 de Fevereiro respirava-se outro ar em Portugal", de facto assim é. Somos um país diferente, somos um país mais justo, mais digno e fundamentalmente um país mais consciente dos seus problemas e elucidado das formas claras e objectivas de resolver esses mesmos problemas.
Respiramos agora o "ar" que outros países (mais desenvolvidos) respiram, não somos mais aquele "cantinho da europa" em que as mulheres são humilhadas e ignoradas pelo Estado; demos um passo no sentido de "apanharmos o pelotão da frente".
Tudo isto se deve em grande parte aos jovens. Neste referendo ao invés dos anteriores os jovens tiveram um papel decisivo e determinante, foram eles os principais responsáveis por este passo em frente; a sua quota de responsabilidade neste referendo não se restringe ao acto de votar, engloba também, e aqui com bastante mérito da JS, a campanha realizada, onde determinantemente a JS cedo definiu as suas áreas de actuação e o resultado está à vista, desde a dinâmica do movimento "Jovens Pelo Sim" ao empenho de todos os militantes e dirigentes Socialistas.
Este referendo ficará na história como a imagem da dinâmica jovem e de todo o poder que lhe é inerente. Será mote de futuras batalhas, pois nunca nos poderemos esquecer, que enquanto jovens e "família" temos um poder incalculável e que temos a obrigação de o usar enquanto Esquerda, e enquanto cidadãos empenhados em construir uma sociedade à nossa imagem, uma sociedade mais justa e igual portanto.

Nuno Cordeiro
Secretário Federativo JS Leiria

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Conseguimos!

Conseguimos!

[melhor, Portugal conseguiu]
Que seja cumprida a nossa vontade. Que o Sim seja respeitado. Pois agora o nosso estado pode dar resposta e pôr termo a um grave problema, o Aborto Clandestino.

No entanto, alguma revolta me assalta agora. Tenho a convicção que esta mudança surge tarde, tenho a convicção que se perderam vidas desesperadamente em vão, é certo que de dentro em breve esta situação não será mais realidade, pelo menos nos mesmos moldes que até hoje tomou, mas sinto pena, pena de todas aquelas mulheres e famílias que conviveram com esta dura realidade, a de abortar na clandestinidade.

O referendo possibilitou um alívio generalizado, uma oportunidade a ser criada a todas as mulheres conscientes da sua situação. Porém muita gente foi cobarde. Muitos quiseram dizer Não! A estas mulheres, muitos lhes quiseram negar direitos fundamentais, muitos as quiseram escorraçar, atirando-as para a clandestinidade, mas felizmente houve um número maior de cidadãos conscientes da realidade que quiseram fazer valer a sua opinião, esses estão de parabéns, [e que seja cumprida a sua vontade].

Contudo, e mais uma vez, falhámos enquanto democracia. A alta taxa de abstenção facilita esta leitura; algo de errado se passa, nota-se alguma incompatibilidade entre o actual regime e o povo, quando é chegada a vez de decidir, o povo prefere calar-se, a mostrar-se, e decidir o que pretende para o seu futuro.

Termino com um voto de esperança para todas as mulheres que por infelicidade da vida e do destino ver-se-ão obrigadas a recorrer à IVG, contudo, agora saberão que terão um tratamento digno, serão respeitadas e não discriminadas, ao invés do que aconteceu com muitos milhares de mulheres. Obrigado e Esperança no Futuro!



Nuno Cordeiro
Secretário Federativo JS Leiria

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

No Domingo.

Porquê?...Porquê votar no referendo de 11 de Fevereiro?...votar sim ou não? Há partida parece ser esta a questão, mas não sejamos redutores, porque mais que uma cruz no não, no sim ou um voto em branco, está em causa o simples facto de VOTAR, esse é um dever, uma obrigação, enfim um imperativo democratico da sociedade que erguemos. Não votar colocará em causa muitas das coisas pelo qual sempre pugnamos e devemos continuar a defender, mas caberá depois perguntar para que serve então a democracia directa, representada por um referendo quando mais de metade do eleitorado se abstém; Que fundamento existirá para a sua defesa. Mais do que falta de interesse, caso seja essa a menssagem que pretendam passar, o que evidentemente estará em causa é a democracia, é um sistema e um regime politico que se fundamenta em determinados valores.
Por isso dia 11 de Fevereiro é preciso acima de tudo ir votar, pois é este o maior poder que os cidadãos têm para legislar e para exercer uma determinada orientação que deverá ser obrigatória para o poder executivo.
Sendo a Democracia o mais incompleto sistema politico, mas sempre em permanente mutação, cabe nós cidadãos fazer com que esse sistema funcione, cresça e se desenvolva no sentido do seu aperfeiçoamento


Rui Zeferino

domingo, fevereiro 04, 2007

Abstenção

Há oito anos, 70 por cento preferiram ficar em casa

Mais de 70 por cento dos eleitores do distrito de Leiria e concelho de Ourém ficaram “em casa” há oito anos quando foram chamados a pronunciar-se sobre a despenalização da interrupção voluntária da gravidez até às dez primeiras semanas.
A abstenção venceu tanto em Leiria como no resto do país. E dos que votaram, a maioria - 50,8 por cento – votou contra. Contribuíram para este resultado os “nãos” contabilizados em Alcobaça, Alvaiázere, Ansião, Batalha, Bombarral, Figueiró dos Vinhos, Leiria, Ourém, Pedrógão Grande, Pombal e Porto de Mós. Com Alvaiázere a ocupar o primeiro lugar, depois de 77 por cento dos votantes terem votado contra a despenalização.
O “sim” venceu em contrapartida em Caldas da Rainha, Castanheira de Pêra, Marinha Grande, Nazaré, Óbidos e Peniche. E foi na Marinha Grande que conseguiu maior expressão, depois de registar 81 por cento dos boletins de votos a favor. E enquanto o concelho de Pedrógão Grande registou a maior taxa de abstenção na região ao atingir 80 por cento, a Batalha obteve a maior participação dos eleitores: “apenas” 65 por cento alhearam-se do referendo.Nem a hipótese de votar “nim” (em branco) convenceu o eleitorado a ir às urnas.
A realização do referendo a 28 de Junho, tempo de férias e de praia para muitos portugueses, terá pesado neste resultado. Dados recolhidos à época atestam que não houve uma freguesia do total de 148 no distrito em que a abstenção tenha sido inferior a 50 por cento. Dos 365.784 eleitores inscritos no distrito, apenas 107.541 manifestaram a sua posição sobre a despenalização do aborto, por opção da mulher, nas dez primeiras semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizados: 54.612 disseram “não” e 50.939 votaram “sim”.A mesma pergunta volta a ser submetida a sufrágio no próximo dia 11 de Fevereiro. No distrito, estão inscritos 387.112 eleitores, mais 21.328 do que em 1998.Já a nível nacional, serão chamados a pronunciar-se 8.792.880 eleitores, mais 304.454 do que no referendo de há oito anos.

in Região de Leiria ed. 3646, 02 de Fevereiro de 2007
Dia 11, como será? Manter-se-á a dinâmica conservadora do distrito inalterável??
Nuno Cordeiro
Secretário Federativo JS Leiria

Grande Entrevista - Alexandre Quintanilha


Ciência e Religião sem respostas claras sobre o aborto, afirma Alexandre Quintanilha

O cientista Alexandre Quintanilha considerou hoje que "nem a Ciência, nem a Religião" têm "respostas claras para o debate sobre o aborto", situando-o no plano das "convicções".

Físico e biólogo, Alexandre Quintanilha é director do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) do Porto e foi o convidado de hoje do programa " Grande Entrevista" da RTP1, conduzido pela jornalista Judite Sousa, sobre a interrupção voluntária da gravidez.
Assumindo-se pelo voto "Sim" no referendo de 11 de Fevereiro, o cientista esclareceu que preferia arranjar soluções para não haver aborto mas considera "inconcebível criminalizar as mulheres que o praticam, numa decisão que é sempre de grande sofrimento pessoal".

"Ninguém quer o aborto. Eu não sou a favor do aborto mas contra a criminalização", respondeu a Judite de Sousa, clarificando a sua posição.

Em defesa da descriminalização, Alexandre Quintanilha rejeitou argumentos radicais contrários, evocando que "não passaria pela cabeça de ninguém condenar uma mulher que praticou um aborto por homicídio premeditado, a que corresponde na Lei portuguesa 25 anos de cadeia".
"Por isso é que a lei considera que uma pessoa não é a mesma coisa do que um embrião", salientou.
Para o cientista, há uma evolução da complexidade do ser desde a primei ra célula que aparece como embrião e muitas dúvidas sobre o momento decisivo par a a formação da pessoa.
"A primeira célula que aparece como embrião é o resultado de duas célul as e obviamente que essas duas células são vivas e são humanas: a que vem do pai e a que vem da mãe. Não há vida humana partindo de qualquer coisa que não é vid a e que não é humana", disse.
Quanto ao período das 10 semanas, comentou que é por essa altura que começam a aparecer os indícios de reacções neuronais e que o embrião ainda está muito longe de ter muitos dos processos complexos de desenvolvimento.
"Durante muito tempo, dizia-se que a diferença entre o Homem e os animais era a capacidade de pensar, de raciocinar, de escolher. Isso nunca acontece dentro do útero e às 10 semanas estamos ainda muito seguros em relação a uma série de coisas que os embriões ainda não atingiram", declarou.
Alexandre Quintanilha recusou que a Ciência e a Religião rivalizem num debate que se tende a radicalizar sobre o tema.
"Tenho medo das certezas e, neste debate, nem a Ciência, nem a Religião , trazem respostas claras.
"Na Ciência, onde é que se decide qual é a altura? O aparecimento de um ser que parte de um ovo envolve um aumento enorme da complexidade dos sistemas que se estão a formar. Qual é o momento? É quando aparece a dor, os primeiros mecanismos neuronais a funcionar? As primeiras hormonas a serem produzidas? Eu não sei!", respondeu peremptório.
No campo da Religião, Alexandre Quintanilha socorreu-se de São Tomás de Aquino e de Santo Agostinho para recordar que também eles falavam "dos mecanismos da introdução da alma, da humanização do feto", questionando quando é que tal acontece.

"Tem muito a ver com convicções e bom senso e com a noção de saúde pública", concluiu.
A entrevista pode ser vista por completo em:
01 de Fevereiro 2007

domingo, janeiro 28, 2007

Por uma lei responsável

A interrupção voluntária da gravidez é um problema social que julgo preocupar a maioria dos portugueses, por isso acho oportuno e de extrema importância a realização do referendo do dia 11 de Fevereiro, relativo à descriminalização da interrupção voluntária da gravidez até às 10 semanas.
Não posso deixar de salientar uma evolução clara, relativamente à campanha de há 8 anos, que se observou na forma como esta campanha foi abordada por toda a sociedade.
A actual campanha tem sido plena de debate, esclarecimento e uma elevada participação cívica. Prova disso são os inúmeros movimentos que foram criados, uns defensores do sim, outros do não, mas, todos com o objectivo de fomentar a discussão e promover o esclarecimento.
Há 8 anos não podia votar, e muito provavelmente não tinha uma ideia clara sobre esta matéria. Hoje com mais de 18 anos e com uma posição assumida pelo sim sinto-me na obrigação de apresentar as minhas razões numa tentativa de esclarecer, sobretudo jovens apelando ao seu voto consciente no sim.
A questão fulcral neste referendo não é ser-se contra ou favor do aborto na sua essência, assunto vasto e polémico, mas sim ser-se contra ou a favor da alteração da lei actual que criminaliza, julga e acima de tudo humilha publicamente a mulher. Ou seja, o que está em causa é se queremos uma lei, como a actual, que condena a pena de prisão uma mulher que recorre à Interrupção Voluntária da Gravidez, independentemente das circunstâncias e das razões que a conduziram a essa opção.
Não será o aborto, por si só, suficientemente penalizador para a mulher, para ainda ter que ser julgada e humilhada publicamente? Fica a questão à qual cada um deverá responder em total consciência.
O voto no sim é, por todas estas razões e no meu entendimento, um voto responsável na mudança de uma lei que fomenta o aborto clandestino, sem quaisquer condições e com recurso a técnicas extremamente violentas e perigosas, que põem em risco a vida de inúmeras mulheres.
Estima-se que em Portugal se realizem cerca de 15000 abortos por ano, na sua maioria com recurso a práticas clandestinas.
Apesar de apoiar o sim, tenho plena consciência de que é preciso fazer muito mais do que apenas despenalizar o aborto. Este é apenas o primeiro passo.
É necessário um esforço muito grande de toda a sociedade e daqueles que nos governam na prevenção. Há que apostar em campanhas eficazes de esclarecimento e numa educação sexual como componente efectiva do nosso ensino, para que casos de desconhecimento total dos meios de contracepção existentes que hoje se verificam, sejam cada vez menores.
Com ou sem alteração, a interrupção voluntária da gravidez continuará a ser uma realidade. A grande diferença é que com a alteração proposta, essa interrupção passará a poder ser feita em estabelecimentos de saúde preparados, com recurso a técnicas apropriadas e com apoio e acompanhamento de especialistas na área.
Esta alteração, conjugada com uma educação sexual eficaz e fortemente enraizada no nosso sistema de ensino, levará progressivamente à diminuição da necessidade de recurso à interrupção voluntária da gravidez.
Por tudo isto irei votar SIM no próximo dia 11 de Fevereiro.

José Miguel Medeiros
Aluno do 2º Ano de Engenharia Biomédica

Por um país onde escolher não seja crime

Muito se tem ouvido e falado sobre a Interrupção Voluntária da Gravidez. É certo, uma questão fracturante e que se eleva muito acima do poder de influência das opções políticas e também das crenças religiosas.
É importante que na discussão, de todo o modo salutar, que devemos fazer sobre este tema, não façamos a introdução de argumentos falaciosos e que têm como único objectivo induzir em erro os portugueses um pouco menos esclarecidos. Numa decisão importante como esta a nossa obrigação é informar e esclarecer os portugueses com argumentos válidos para que aos portugueses seja facultada uma opção de escolha em consciência.
Quero começar por dizer que ninguém, em sã consciência pode defender a prática abortiva. O acto, em si, é suficientemente sofredor para quem o realiza. Os números falam por isso, 75,7% das mulheres portuguesas que revelaram ter optado por abortar ilegalmente dizem que a sua decisão foi muitíssimo difícil ou muito difícil, conforme o estudo realizado pela Associação para o Planeamento da Família. Por outro lado, não estamos perante uma liberalização da interrupção voluntária da gravidez. Pretende-se criar sim, uma nova excepção, a juntar às actuais três, que delimita até às 10 semanas, um período em que a mulher pode optar entre levar até ao fim ou não a sua gravidez.
Sabemos, pois, antecipadamente que esta prática não terminará com a imposição da lei. Sabemos que esta prática continuará a ser feita, de forma ilegal, tardia e sem condições higiénico-sanitárias, sabemos que não é com a perseguição e com a invasão da privacidade que o aborto clandestino terminará e sabemos que o aborto clandestino sobrevive à custa do sofrimento de milhares de mulheres atiradas para as redes de aborto clandestino. Esta lei está actualmente errada, porque não defende a vida que realmente existe, esta lei não defende a mulher.
Ora vejamos, em Portugal, 360 mil mulheres entre os 18 e os 49 anos já abortaram clandestinamente, delas, 34% não fizeram qualquer exame médico prévio, 64% não teve nenhum acompanhamento médico posterior e das mulheres que têm complicações após o aborto, 27% tiveram que ser internadas. Mais, 70% das mulheres que abortaram não receberam informação sobre contracepção, mas acima de tudo, e mais preocupante ainda, 54% dos abortos são feitos entre os 13 e os 24 anos.
Se olharmos com a atenção que estes números nos merecem, esta lei claramente coloca em risco a vida e a saúde das mulheres, esta lei impede a prevenção de abortos no futuro e em particular, esta lei prejudica as mais jovens e mais desfavorecidas.
Como estamos, cada dia que passa só andamos para trás em matéria de saúde pública e de defesa da vida. O dia-a-dia só nos traz um agravamento dos problemas que o aborto clandestino provoca, tais como: a mentira entre a mulher os técnicos de saúde, a condução a diagnósticos falsos para não criminalização da mulher, a condução à ignorância e à tardia aplicação de medidas de combate ao falhanço de políticas de planeamento familiar e de redução de gravidezes indesejadas, o impedimento à identificação de casos concretos de complicações do aborto clandestino e impede que à grávida seja prestado apoio social e a eventual mudança de opinião, como acontece na Holanda, em que o acompanhamento que é dado à grávida tem conduzido a que a mulher chegue a optar por não realizar o aborto.
Esta é a realidade do aborto clandestino em Portugal. Enfiarmos a cabeça na areia não nos serve de nada. Estes números têm rosto. Cada um representa um problema e uma história que aqui e ali sensibilizam os que com elas têm mais contacto.
Por todos estes 360 mil motivos, dia 11, voto Sim.


Tiago Gonçalves
Coordenador Concelhio da JS de Peniche
Secretário Federativo Distrital de Leiria da JS e do PS

Sondagens...

A propósito de sondagens:

[resumo]


Abstenção cresce com o "sim" a perder terreno
Preocupantes sintomas de crescimento da abstenção eis o mais relevante indício do comportamento do eleitorado perante o referendo à interrupção voluntária da gravidez recolhido pela sondagem da Universidade Católica, que hoje publicamos. O estudo, realizado para o JN, RTP e Antena 1, revela que em três meses - desde o último, de Outubro passado - o sim à despenalização perdeu 13% dos adeptos, preservando ainda assim uma vantagem de 18%.
O número de eleitores que decidiu não se deslocar às mesas de voto a 11 de Fevereiro cresceu quase tanto como o de indecisos, o que reduziu a percentagem de inquiridos que dá garantias de exercício do seu dever cívico. Os fenómenos de recusa de participação na consulta ou de alheamento do processo, mais acentuados no Alentejo e entre os mais idosos, demonstram que a intervenção de movimentos cívicos e partidos nesta fase de pré-campanha não está a ser mobilizadora. Exemplo quase um terço dos eleitores do Bloco de Esquerda, que apela ao sim, não está disposto a votar.
(...)
O conjunto de variáveis fornece conclusões relativamente previsíveis. Desde logo, a influência religiosa na opção pelo não. Mas também o facto de a despenalização do aborto ser uma causa da Esquerda (o PSD é o partido mais dividido, o que justifica a "neutralidade" oficial) e de a recusa de mudança ser maioritária a Norte.
(...)
De facto alguma coisa está a faltar. E esta sondagem revela os sintomas desse mesmo mal. Abstenção a crescer, consequentemente "sim" a descer, e "não" a ganhar terreno, não por mérito próprio da campanha, creio eu, mas por via do crescimento dos indecisos e da abstenção.
A campanha pelo "Sim" vislumbra-se cada vez mais díficil, numa altura em que ainda não se iniciou a campanha oficial, o "mercado" apresenta sintomas de já estar saturado... Assim a taxa de penetração é cada vez mais diminuta. Há que, por assim dizer, inovar. É o que o "Sim" parecer querer fazer, e bem. No entanto é necessário mais. Não bastam debates, aliás, há já algum "cansaço" de debates e sessões de esclarecimento, necessário agora, penso eu, serão campanhas de rua, iniciativas cara-a-cara. É preciso ir ao encontro das pessoas, ouvi-las e elucidá-las das nossas causas, fazê-las tomar consciência do que é justo, e digno portanto, contudo, jamais radicalizar o discurso ou desrespeitar os opositores . E nós JS, embora limitados neste momento enquanto movimento, teremos que dar todo o nosso esforço e apoio a iniciativas cujos promotores pensem como nós. Dentro da própria Jota é imperativo apoiarmos as iniciativas que surjam, como é o caso das de algumas concelhias, lembro-me agora das de Alcobaça, Peniche e Pombal, mas quando não há iniciativa dentro da Jota, enquanto Socialistas, Jovens, Cidadãos e conscientes, temos o dever e a obrigação de colaborar com iniciativas externas que visem atingir os objectivos pelos os quais todos nós torcemos, p.e. http://www.jovenspelosim.org/
Com os parágrafos acima talvez tivesse feito transparecer a ideia de que até agora o causador do tal mal tem sido a Campanha pelo "Sim", não, ressalvo, pelo contrário, até este momento todos os que lutam pelo "Sim" estão de Parabéns! nunca antes tinha havido um envolvimento cívico desta magnitude e dinâmica. A causa das dificuldades dos movimentos do "Sim" foi ligeiramente abordada no texto publicado no JN:
"(...)O conjunto de variáveis fornece conclusões relativamente previsíveis. Desde logo, a influência religiosa na opção pelo não.(...)"
Aqui, e não só, está o grande adversário do "Sim". O Conservadorismo e outras "viroses", alheias também ao progresso, que teimosamente persistem na massa encefálica de uma grande fatia da nossa população.
Somos um país de Défices. Défice comercial, orçamental, e mais preocupante ainda o Défice Cultural. Os dois anteriores resolvem-se a médio prazo, com um PEC e uma adequada política económica, agora este último é multi-geracional. Talvez só no prazo de 10 a 20 anos é que será equilibrado este défice; que tanta dificultade coloca a tudo: ao desenvolvimento, à dignidade, ao progresso e à própria economia. E o que se observa neste referendo é uma tremenda dinâmica das ondas Conservadoro-Católica orquestradas por personagens também elas "sub-nutridas" em termos de Progresso e Desenvolvimento, que têm capacidade para dissimuladamente "vender gato por lebre" e proferir homilias "fungosamente" marcantes para aqueles que, quase inocentemente, são guiados por corredores em que a (auto) crítica e a voz própria, essas sim, são consideradas como que um crime.
Camaradas, mobilizem-se, lutemos pelos nossos objectivos, esqueçamos querelas e protagonismos, e dentro ou fora da Jota encontremos parceiros para connosco lutar e conseguir uma vitória pela Justiça, pela Dignidade e pelo Desenvolvimento, o mesmo será dizer pelo Sim!
Um Abraço!
Nuno Cordeiro
Secretário Federativo Distrital JS Leiria

sábado, janeiro 20, 2007

Caros Camaradas,

No seguimento da discussão.

Apenas dizer o seguinte. Este não é o combate da vida da JS.
Já o foi e não podemos esquecer o frustrante que é elevar um combate ao derradeiro. Sou pelo “sim” mas temo que o mesmo não esteja assegurado e que se caia num relaxamento que mais uma vez traga infelizes resultados.
Por isso, compreendo a especial importância de sublinhar esta próxima batalha. Contudo, concordo que não se possa ter uma postura redutora e minimizar todas as outras bandeiras que a JS tem pela frente. Nem se espera que tal venha a acontecer!
Os jovens preocupam-se (naturalmente) com a injustiça desta lei. Basta verificarmos que a maior ”fatia” dos eleitores que demonstram disponibilidade para votar cabe aos jovens entre os 18 e os 34 anos (85,7%), coincidindo também com a faixa etária que mais defende o “sim” (73,7%).
Para concluir, reiterar a extrema importância de mudar uma lei hipócrita, em que a humilhação pública das mulheres é uma constante, como se já não bastasse incorrem em procedimentos indignos de segurança e higiene, levando muitas vezes a problemas irreversíveis de saúde, fora a possibilidade de punição com pena de prisão até 3 anos.

Por isto e mais… dia 11 de Fevereiro de 2007 digo “sim”.
Até lá estou ao dispor da JS para campanha.

Luís Nunes
Secretário Federativo Distrital de Leiria da JS
Membro da Comissão Nacional da JS

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Recortes de Imprensa - IVG

Maioria dos movimentos é pelo "não"

A disparidade salta aos olhos 14 movimentos pelo "não" e cinco pelo "sim". O prazo de entrega de assinaturas para a constituição de grupos de cidadãos que queiram participar na campanha do referendo ao aborto termina na sexta-feira e a Comissão Nacional de Eleições (CNE) já recebeu a confirmação de que pelo menos 19 movimentos vão formalizar a sua mobilização. Para a contagem ficar fechada, a CNE aguarda os grupos que se apresentem na sexta-feira - os de hoje e amanhã já estão incluídos nesta lista.

Os números, por si só, pouco significariam, não fosse poderem influenciar a distribuição dos tempos de antena que serão distribuídos por rádios e televisões. É que as regras definidas repartem o tempo (a metade que não fica nas mãos dos partidos políticos) de forma igual por cada movimento - não o dividindo de forma igual pelo "sim" e pelo "não". Ou seja, com mais movimentos no terreno, o "não" pode vir a ter mais tempo de antena durante a campanha.

Ainda assim, o "sim" não se mostra preocupado com a diferença, por considerar que os tempos de antena não serão determinantes para a votação.

A constatação de que estarão em minoria, aliás, não parece alterar a sua estratégia eleitoral. Até porque, alegam, os grupos contra a despenalização da IVG repartiram-se em movimentos regionais. "Parecem mais, não significa que o sejam", comentou ao JN, Manuela Tavares, explicando que o "Movimento Cidadania e Responsabilidade pelo Sim" optou por criar uma estrutura nacional com delegações em todos os distritos e regiões autónomas. Depois, defendeu, "não serão os tempos de antena a decidir. O importante é falar com as pessoas".

O "não", por outro lado, congratula-se pela "manifestação de vitalidade" dos seus apoiantes que, acreditam, se traduzirá nos resultados eleitorais de dia 11 de Fevereiro.

A estratégia eleitoral das duas facções também deixa antever outra disparidade a convergência entre os movimentos pelo "não" é uma directriz prioritária, enquanto para os apoiantes da despenalização serão alguns "momentos" que marcarão a campanha. "A mensagem pelo direito à vida será multiplicada", afirmou ao JN Ana Tato, do "Movimento Norte pela Vida".

Além da entrega das assinaturas, todos os movimentos já trabalham no preenchimento das suas agendas de campanha. Hoje, o "Movimento Cidadania e Responsabilidade" lança um livro - "Por uma vida de escolhas" -, que reúne inéditos de vários autores como Lídia Jorge, Teresa Beleza ou Rui Zink. Para sexta-feira, o movimento prepara um megajantar que poderá reunir mais de 400 apoiantes, no Mercado da Ribeira, em Lisboa. Mais de 50 obras, como peças de Paula Rêgo, Graça Morais ou João Cutileiro, serão leiloadas. As duas iniciativas servem para angariar fundos.

O Movimento Norte pela Vida tem programadas iniciativas desportivas como a "caminhada pela vida", dia 28, e um megapasseio de bicicleta no Porto.


Partidos compensam

Com a metade que sobra dos tempos de antena garantidos por lei, os partidos políticos prometem contrabalançar um pouco o desequilíbrio da distribuição dos tempos de antena.

Para já, sabe-se que PS, PCP e Bloco de Esquerda vão usar o seu espaço para apelar ao voto "sim", e entre os partidos com representação parlamentar, só o CDS vai pedir o voto "não" - com os sociais-democratas a optarem por uma campanha de informação, sem apelo a um voto específico.

Quanto aos restantes, já se inscreveram o Partido Nacional Renovador e o Partido Humanista, cujo sentido de voto não é ainda conhecido - apesar de ser previsível que, no primeiro caso, se revele um voto "não". Mas estes dois partilharão o tempo com os movimentos e não com os partidos



in JN 10/01/07