sábado, novembro 11, 2006

Porque será?

"Família brasileira integrada no projecto de combate à desertificação da Câmara de Vila de Rei diz que passou "meses de sofrimento""

"A 04 de Maio, 15 pessoas, entre adultos e crianças, foram recebidas em festa em Vila de Rei, após deixarem Maringá, uma cidade de 300.000 habitantes no estado do Paraná, para viverem em São João do Peso, aldeia nos arredores da sede de concelho.
O projecto da autarquia pretendia inverter a tendência de despovoamento do concelho, acolhendo imigrantes oriundos daquela cidade brasileira geminada com Vila de Rei para trabalhar em três lares de idosos, um projectado e dois em construção no município.
Na altura da chegada dos brasileiros, a presidente do município afirmou à Lusa que o objectivo do projecto passava por fixar no município 50 famílias brasileiras até final do mandato.
A polémica instalou-se logo nos primeiros dias, nomeadamente através de uma manifestação de cerca de seis dezenas de nacionalistas, promovida pelo Partido Nacional Renovador.

"Foram meses muito complicados, de muito sofrimento. As promessas da dona Irene Barata [presidente da Câmara de Vila de Rei] não foram de forma alguma cumpridas" disse hoje à agência Lusa Cecília Fraga, jornalista e ex-assessora de imprensa no Brasil.(..)
"Não vínhamos preparados para nada disto. Jamais teria trazido os meus filhos, teria vindo sozinha", disse, adiantando esperar da comunicação social a mesma atenção que foi dada à chegada das famílias, "pois é importante que se saiba toda a verdade".(...)
A família de Cecília Fraga é a terceira a abandonar Vila de Rei, indo fixar-se "próximo de Lisboa", segundo afirmou. (...)
Apesar das "deserções", a Câmara de Vila de Rei afirma ter cumprido tudo o que prometeu aos brasileiros e acusou-os, em comunicado enviado em Outubro às redacções, de falta de vontade de trabalhar.
Entretanto, a 20 de Outubro, a autarquia de Vila de Rei anunciou a suspensão, por tempo indeterminado, do projecto de repovoamento do concelho, embora a presidente de Câmara mantenha a intenção de lhe dar seguimento.(...)
O empresário Carlos Marçal queixou-se do fracasso do projecto e revelou que a iniciativa só lhe trouxe "prejuízos".
Apesar das críticas, Irene Barata recusou sempre o falhanço do projecto: "Não considero que tenha falhado. Foi mais uma nuvem, uma fumaça que se projectou sobre a iniciativa" disse a autarca, após a divulgação do comunicado da Câmara."

Agência Lusa
in www.rtp.pt

Absolutamente lamentável. Só assim pode ser considerado um acontecimento destes. A mim como Português, após leitura de uma notícia destas, assaltam-me um misto de indignação e vergonha. Vergonha como Português que sou. Este tipo de "barbaridades" não se fazem, ainda para mais a cidadãos estrangeiros. Num país conhecido pela simpatia e pelo "bom acolher" este tipo de situações não podem acontecer, afinal de contas é o nome e a "marca" Portugal que estão em causa.


Nuno Cordeiro

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