segunda-feira, junho 06, 2005

E depois da 1ª CPD

1. Continuamos no bom caminho. Depois de uma Convenção participada, uma Comissão Política igualmente participada e produtiva.
2. Temos regimento da CPD, instrumento que nos vai responsabilizar e racionalizar o trabalho a desenvolver em sede deste órgão tão importante.
3. O Secretariado está eleito (ver aqui), com menos elementos do que inicialmente previsto, mas mantendo a orgânica que se previa. Espera-se que com o aumento do trabalho e o incrementar das responsabilidades se evolua para o ponto óptimo dos 9 elementos.
4. Há propostas de actuação concreta em cima da mesa: o esclarecimento quanto às medidas do défice, a formação autárquica e o desenvolvimento do Plano das Políticas Municipais de Juventude (ver o embrião no post mais abaixo). A hora é de trabalho. Esperamos voltar em breve com mais novidades e propostas concretas para a vossa apreciação.

4 comentários:

Tiago Aniceto disse...

DEZ PRINCÍPIOS BÁSICOS DE UM MILITANTE SOCIALISTA:
1. Todo socialista tem como princípio básico, a consciência de que vivemos num mundo capitalista. Compreendendo isso, à que perceber o mesmo, como um todo o capitalismo. Logo, o capitalismo não é, tão somente, os Estados Unidos, a Inglaterra, a Bélgica, o Canadá. O capitalismo é antes de tudo a combinação perversa entre a miséria e a opulência.
2. Todo o socialista tem o dever de entender que as incontáveis desgraças sociais, como a fome, o desemprego, a prostituição, a violência e outras tantas mazelas, decorrem do capitalismo.
3. Apesar da correcta e necessária luta quotidiana de resistência, a voracidade do capitalismo, cabe ao socialista entender que essa luta quotidiana, de carácter essencialmente reformista, não pode ser desassociada da luta clara e directa contra o capitalismo.
4. É tarefa diária de todo socialista, denunciar o capitalismo utilizando-se de todos os meios (média) ao seu alcance. Desde o trabalho artesanal, de pessoa a pessoa como outros meios, tais como: panfletos, jornais, rádio, música, teatro, murais, devem ser usados pelos socialistas para levar adiante, o trabalho de educação política, cujo ponto de partida é esclarecer ao povo que, o seu sofrimento advém do capitalismo e nele não haverá salvação.
5. As ideias dominantes no seio do povo letrado e iletrado são, as ideias impostas pelas classes dominantes. Assim sendo, é dever de todo socialista, procurar meios criativos de remover a cultura da desigualdade, tão bem plantada na nossa cabeça e construir uma nova cultura, a cultura socialista, a cultura da libertação.
6. É fundamental que todo socialista saiba com toda clareza a diferença entre poder e governo. O poder capitalista é o Estado capitalista com suas instituições de carácter vitalício. Enquanto os governos vão e vem, o capitalismo através do poder político que lhe oferece o estado burguês, mantém-se. Todas as vezes que há conflitos entre governo e poder, o poder depõe o governo em nome da ordem, em nome do sistema.
7. A tarefa maior de todo socialista é o constante trabalho de educação política. Mas ao lado dessa tarefa existe a tarefa política que consiste em acumular força para se atingir os objectivos socialistas que haverão de vir, tão somente, através de uma profunda transformação social a partir da vontade política organizada e respaldada na realidade histórica.
8. Ao socialista é necessário saber conviver com os atrasos horários, os equívocos, as fantasias e as ilusões que povoa, a cabeça das massas populares em vários níveis. Uma atitude de intolerância ou impaciência não ajuda a tarefa socialista. Porém, saber conviver com os atrasos e o equívoco é uma coisa; outra bem diferente é explorar ou difundir o atraso, a ilusão, em troca de popularidade.
9. A consciência socialista deve tomar formas organizadas seja nos sindicatos, nas associações de bairros, nas assembleias populares, ou mais ainda através da forma mais avançada de organização: os partidos socialistas.
10. Todo socialista deve ter claro e óbvio na consciência, que o socialismo é uma compreensão política do mundo e uma proposta concreta para a sua transformação. O socialismo não é, portanto, um credo, um desejo, uma vontade, uma utopia. O socialismo enquanto proposta, é um imperativo histórico que, caso fracasse, mergulhará, irremediavelmente a humanidade na tragédia total.
Tiago Aniceto

João Melo Alvim disse...

Temos a discussão ideólógica lançada...

João Melo Alvim disse...

Encontrarmos o nosso espaço está complicado. Deixamos a matriz mais tradicional e abraçamos uma que conviva sem sobressaltos com o capitalismo? Por outra palavras, quando é que vamos ter os 10 mandamentos do "Bom Social-Democrata" (não confundir com os militantes do PSD, que apesar de o parecerem também não o são).

João André Coelho disse...

Camarada Tiago Aniceto, isso nem eu me lembrava, e orgulho-me de me colocar na ala mais conservadora do pensamento ideológico que vinga na Juventude Socialista e no Partido Socialista. Não me leves a mal se eu te disser que os meus mandamentos não são esses, essencialmente por acreditar nas potencialidades da Globalização económica e na criação de uma base humanista comum a nível internacional. Quero um Estado intervencionista e regulador, preocupado com a igualdade de oportunidades como derradeiro desígnio de uma sociedade, mas nunca contra o detentor do capital ou o proletariado, ou a favor de qualquer um dos dois. Também não acredito numa realidade inter-classistas derivada da forma de remuneração de cada indivíduo, e que isso condicione todo o seu trajecto de vida, e por isso não acho que o capitalismo seja a causa de todos os males. É mais uma realidade que se impôe, por agora de uma forma geradora de irregularidades sociais, mas que surge dos comportamentos normais do ser-humano enquanto agente económico que se assume como racional. Esmagar o sistema capitalista era esmagar a estrutura mais sólida que vai sustentando a nossa capacidade de agir e pensar, e ir contra ela seria eliminar séculos de conquista do homem empreendedor. Temos é que encontrar o justo equilíbrio entre a Intervenção Estatal e os vários ritmos de actuação unipessoal, de modo a evitar que muitos fiquem pelo caminho. E depois essa ideia de tentar impor as nossas ideias quase à força é um bocado perigosa e já deu maus resultados no passado - há fenómenos extremistas que começaram por menos.

Com um forte abraço...

P.S.: Parabéns pela iniciativa.